Antigamente, crianças não podiam saber de assuntos de adultos. Como se nasce, era algo só ensinado depois dos dez anos e, muitas vezes se as crianças ousassem perguntar sobre o assunto.
Um dia, logo depois do almoço, meu pai disse à Nininha: ( Nininha era a irmã mais velha das meninas)
É tempo de uva; vá fazer um passeio com suas irmãs no sítio de dona Lídia, para comprar uvas e ,ja deve ser tempo de peras também.
Íamos brincando pelo caminho e voltávamos sem pressa, carregando as frutas.
Quando nesse dia chegamos em casa , uma alegre surpresa: um bebê. Felicidade total!
E, meu pai veio alegre nos dizer que, enquanto fomos ao sítio a cegonha tinha vindo trazer o bebê, lembro-me que eu disse aos meus irmãos:
Viu, demoramos muito e eu queria ter visto a cegonha.
Só depois que cresci, é que entendi o cuidado de meu pai que, nos afastava dali, para não presenciarmos a mãmãe em trabalho de parto.
Assim aconteceu quando nasceu a Ivone e quando nasceu a Júlia.
Que doce inocência!!
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