sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Os Bailes em Sabaúna

Entrei novamente pelo túnel do tempo e, estou naquela época de ouro, se bem que gostei de estar lá e cá, acho que de agora em diante nas próximas postagens vou continuar contando histórias daquela época mas, vou também contar as histórias de um tempo mais recente; penso que assim, a leitura não ficará cansativa.

 Ano de 1958.
Lanifício Santa Josefina em sua maior atividade. Na rua principal, junto ao jardim e defronte a estação ferroviária, havia um salão cedido pelo lanifício, onde eram realizadas umas domingueiras e, das sete horas da noite até às onze ao som de lindíssimos long-plays dançantes, a moçada se reunia. Aquelas domingueiras eram uma delícia, íamos à elas sem pretensão nenhuma, na verdade íamos única e exclusivamente pelo prazer de dançar e eu, gostava de faze-lo com aqueles que sabiam dançar bem. Lembro-me que frequentavam as domingueiras os possíveis namoradinhos e que eu com catorze quinze anos, os dispensava de medo de papai, que nos liberava pra ir mas, ficava na vigilância.Nesse tempo iam, eu, a Nininha (minha querida irmã já falecida ) e a Lena,(Cecília ia menos, casou-se por essa época). Frequentava esses bailinhos um senhor de nome Laudelino, que vestia-se com uns elegantes ternos de linho e que era uma pessoa de muito respeito que, como eu, também ía somente por que gostava de dançar e, dançava muito bem. Dancei muito com ele. Outra pessoa que também frequentava os bailes, um pouco mais velho que eu e que despretensiosamente gostava de dançar comigo, era um rapaz que o apelido dele era "Folheado" , eu só o conhecia assim. Chamavam-no assim por ser ruivo. Era um grande dançarino.
De vez em quando tinha uns bailes grandes, programados que aconteciam das dez horas da noite, até às quatro da manhã; esses bailes não eram abrilhantados com vitrola mas, a orquestra de papai, a Ri-fi-fi Ritmos, era contratada para tocar. E eram na sua maioria temáticos: Baile da bola, todas as moças iam com vestidos de bolas, em junho baile da chita, todas com vestidos de chita, baile das flores, fazíamos os vestidos e uns lencinhos do mesmo tecido que, quando entrávamos esses lenços recebiam um número pelo avesso e eram colocados em uma caixa. Os cavalheiros quando entravam, recebiam um número e na hora da valsa especial cada cavalheiro pegava o lencinho de número correspondente e saía à procura da sua dama que estivesse com o vestido daquele tecido, colocava o lencinho no bolso da lapela e, tirava a dama para dançar. Lembro-me de uma valsa tocada pela orquestra de papai que tem o nome de: Contos dos Bosques de Viena, lindíssima. Eu, novinha, levinha flutuava. Saíamos do baile somente na hora que terminava por que, meu pai e meus dois irmãos,( Zezinho e João, os dois já falecidos) tocavam na orquestra, voltávamos juntos e à pé por ser bem perto.Atualmente este neto de meu pai, o Raphael filho da Júlia, pra nosso orgulho trouxe o ritmo no sangue. É profissional , professor de bateria e representante do país da melhor marca de baquetas e bateria.




A elegância dos pares, o romantismo da valsa e, o som da orquestra estão gravados bem forte na minha memória.

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