A Júlia minha irmã, sempre foi uma garotinha muito esperta, loirinha e muito bonitinha, gostava de imitar professora (o que veio a ser com grande capacidade), colocava todas as bonecas sentadas em banquinhos e, com sapatos de saltos altos e roupas das irmãs já moças, colocava óculos, usava como lousa o cimento vermelho do fogão de lenha da cozinha, que tínhamos nos fundos da casa, e com uma varinha mostrava aquilo que escrevia.Uma graça.
Sou dez anos mais velha que ela, isso quer dizer que, quando eu tinha treze anos ela tinha três, era a caçulinha da casa e meu xodó. Eu é que queria dar-lhe banho, pentear seus cabelinhos clarinhos feito palha, dar mamadeira e fazê-la dormir.
Uma vez dei-lhe banho e, coloquei nela uma blusinha que as alças estavam grandes e, com o enorme decote seus peitinhos ficavam à mostra.
A Nininha, nossa irmã mais velha disse a ela.
Júlia, que decotão!
Hoje seu decote vai até o extremo!
Não... passa do extremo.
Ah, dessa eu não sabia, tia Júlia cantora mirim!
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