segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Decote

A Júlia minha irmã, sempre foi uma garotinha muito esperta, loirinha e muito bonitinha, gostava de imitar professora (o que veio a ser com grande capacidade), colocava todas as bonecas sentadas em banquinhos e, com sapatos de saltos altos e roupas das irmãs já moças, colocava óculos, usava como lousa o cimento vermelho do fogão de lenha da cozinha, que tínhamos nos fundos da casa,  e com uma varinha mostrava aquilo que escrevia.Uma graça.
Era ainda bem pequena e foi à TV TUPI de São Paulo no programa Meire, Meire Queridinha, caracterizada de Rita Pavone cantar Datemi um Martelo acompanhada ao violão por papai.
Sou dez anos mais velha que ela, isso quer dizer que, quando eu tinha treze anos ela tinha três, era a caçulinha da casa e meu xodó. Eu é que queria dar-lhe banho, pentear seus cabelinhos clarinhos feito palha, dar mamadeira e fazê-la dormir.
Uma vez dei-lhe banho e, coloquei nela uma blusinha que as alças estavam grandes e, com o enorme decote  seus peitinhos ficavam à mostra.
A Nininha, nossa irmã mais velha disse a ela.
   Júlia, que decotão!
   Hoje seu decote vai até o extremo!
Ela então, olhando para o decote respondeu:
   Não... passa do extremo.
     

Um comentário: