segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A Galinha Dos Ovos de Ouro

Crescemos todos os oito irmãos nessa casa em Sabaúna que da qual, coloquei uma foto na primeira postagem intitulada: Um Pouco De Mim, vou sempre me referir a ela neste blog, pois dela, ainda vou falar muito. Nessa casa, a sala tinha três portas, a de entrada, a do corredor, e uma outra que entrando-se por ela passávamos pelo quarto de nossos pais, dalí para o quarto das meninas , dele para um corredor largo e curto,e do corredor, voltava-se à sala fechando um circuito.(o quarto dos meninos ficava à direita do corredor).
Muitas vezes papai estava tocando violão na sala e, nós ficávamos por ali para ouví-lo,( e como disse, éramos oito) então, ele nos mandava fazer uma fila da menor até o maior. Os maiores já quase moços entravam também para incentivar os menores. Meu pai ia na frente puxando a fila, e com o violão nos braços, ia tocando uma musiquinha em ritmo de marchinha que nós todos íamos marchando e cantando atrás dele, e que a letra era assim:

A vovó mandou da roça
uma galinha carijó.
E também mandou uns ovos
pra fazer um pão-de-Ló
Firirim fom fom
Firirim fom fom
A galinha é carijó
Firirim fom fom
Firirim fom fom
A galinha é carijó.

Lembro-me que nós adorávamos essa brincadeira , e dávamos várias voltas no trajeto daquele circuito da casa, era muito, muito bom.Agora, ja passado muito tempo, fico recordando como era bonitinha essa cena. Dá pra imaginar?

sábado, 28 de janeiro de 2012

O Som Do Sininho

Minha mãe e o tio Zé Mello irmão dela , foram criados por uma madrinha de nome Escolástica, que pode dar aos dois boa educação em colégio de freiras onde, além de outras matérias como francês,minha mãe teve a oportunidade de aprender bordar, costurar, cozinhar, boas maneiras e, até teatro.
Essa madrinha da mamãe quando morreu, deixou a ela e a meu tio um sítio perto de Lagoa Nova onde meu tio morava e, onde nós passávamos nossas férias.
Como minha mãe também tinha parte nesse sítio, de vez em quando, em tempo de colheita meu tio mandava nosso primo Julinho à cavalo e com uma tropa de burros( lembro-me de que uma vez tinha cinco burros) todos eles com cestos de taquara nos lombos carregados de: milho para as galinhas que mamãe criava, milho de canjica e de pipoca, mandioca, batata doce, abóbora madura para fazer doce, rapadura,e litros com melado de cana moída no engenho, e que era feito em grandes tachos.Traziam também, várias sacas de feijão. Tudo isso era recebido com muita alegria.
Quando a tropa ainda vinha lá bem longe, a gente já sabia que ela estava chegando porque, todos os burros que vinham enfileirados atrás do cavalo que o Julinho vinha montado, traziam pendurado no pescoço um sininho que enquanto andavam faziam um som mais ou menos assim: belelém, belelém, belelém e, quando nós ouvíamos esse som íamos todos recepcioná-lo, e ele, descarregava um cesto enorme de jabuticabas graúdas e pretinhas com as quais,nós nos deliciávamos todos à volta da mesa.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Uma nova vida

Fui casada por trinta e dois anos com um homem bom, pai de meus filhos mas, esse casamento não deu certo e nos separamos. Ficou ainda uma amizade, nos falamos quando é preciso, e meu marido conversa com ele também. Eu o respeito como pessoa e até sou agradecida a ele, por momentos felizes que me proporcionou mas, a vida segue e eu, de coração desejo a ele tudo de bom.
Depois disso fiquei sozinha por dez anos e, achava que ia ser sempre assim mas, minha filha caçula ficou moça e começou a namorar, e quando ela saía eu me sentia sozinha, percebi então, que precisava de companhia.
Eu era acostumada a só ficar em casa, meus passeios eram sempre em família e então eu pensava: que oportunidade eu teria para conhecer alguém? Foi aí que comecei a usar o computador e por meio dele conheci o Leonel que pra nós é Léo.Naquele tempo,  não tínhamos câmera no computador, e quando ele pediu para me conhecer pessoalmente, foi muito engraçado.
      Com que roupa você estará vestido? perguntei.
      Com uma camisa escura mas, bem florida, me respondeu e me perguntou em seguida. 
      E eu, como faço pra identificá-la?
      Estarei com um livro azul nas mãos, respondi.
O ponto de encontro foi no shopping, área de alimentação em frente a Casa do Pão de Queijo.
Na hora marcada eu estava lá, não demorou muito ví um senhor chegando sorrindo e, pelo qual
senti simpatia no mesmo instante.Conheceu meus filhos, e eu aos dele. Hoje ele é um pai para os meus filhos.
Ficamos juntos com a proposta de viajarmos sempre, enquanto isso, esperávamos os trâmites dos nossos divórcios.Quando ficaram concluídos, eu disse a ele que queria me casar e ele, me respondeu:
       Pra mim não muda nada.
 Como eu gosto das coisas certas, não pressionei apenas esperei que ele se decidisse.
Um dia, sentiu uma dor e pensou que ia morrer, ( o que não foi nada sério) quando saiu do médico, foi direto ao cartório, marcou o casamento para o dia seguinte e agora somos casados legalmente.
Léo, é uma pessoa maravilhosa, me ama e é correspondido, me respeita, resolve todos os meus problemas, me faz feliz, divergimos algumas vezes, mas rimos muito em outras, além disso é um companheirão nas viagens que fazemos e delas, falarei em outras oportunidades. 


Ao pé da letra

Sempre gostei de tricô. Muito cedo, aprendi a tricotar com a Carmem, (a quem aqui agradeço) filha do Sr Manuel sapateiro, esposa do Basílio (que tinha um bar em Sabaúna) e irmã do Átila da lojinha que tem perto da minha casa em Mogi das Cruzes.
Eu ia na casa dela toda tarde, aprender tricô. Seu Manoel sapateiro (como era chamado) falava muito alto e, eu pequena ainda ficava assustada e tinha até medo dele.Eu ficava na sala tricotando e ele ficava em um cômodo ao lado consertando sapatos e ficava conversando com a Carmem tão alto que parecia estar brigando com ela mas, era só a maneira dele falar, ele era bom.A Carmem atendia a ele e a mim, ia lá e vinha cá.Eu estava tricotando uma blusinha azul de boneca. Esse aprendizado me favoreceu mais tarde. Em Sabaúna, tinha um lanifício que vendia lã com desconto para os funcionários e, eu ganhava meu dinheirinho fazendo blusas muito bonitas pra muitos deles.Mais tarde pude nos invernos agasalhar meus filhos com essa habilidade. Nessa tarde que eu tricotava a blusinha azul, eu estava assustadíssima com seu Manoel ,a Carmem nem percebia e me disse: Faça só mais duas carreiras de dois tricôs e dois meias para completar a barra e depois, vaaai embora, e foi falar com o pai, quando voltou eu tinha ido embora mas, na verdade, era pra eu tricotar em ponto liso até na cava.Entendi ao pé da letra.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Apresentação

  •  Meu nome é Ana, tenho sessenta e oito anos, sou casada com Leonel tenho três filhos do primeiro casamento: Marco Antonio quarenta e nove anos, arquiteto, Gislene, pedagoga que me   deu   um casal de netos: a Aline vinte e dois anos , que mora em Evanston, Estados Unidos e Luís  Felipe com dezesseis anos. A caçula é a Juliana , vinte e nove anos também pedagoga e raspa de tacho, pois, nasceu com uma diferença de dezoito anos da irmã. A Juliana, me deu a Sophia como neta, que está  com um ano e oito meses. Minha família é linda e amo muito a todos.
   Este blog, é uma ferramenta para o meu exercício de recordar e, não tem a pretensão de ser correto sem erros, não, ele é despretensioso, nem vou me ater a textos longos e com palavras rebuscadas, será feito com simplicidade mas, quero ser fiel às minhas lembranças, à minha história, aos meus sentimentos e à minha emoção.  


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Cheiro de saudade

Na lateral da casa que nasci em Sabaúna tinha duas árvores, uma primavera vermelha e um pé de manacá.
Entre uma árvore e outra, tinha um espaço de um metro e meio mais ou menos e era neste espaço que eu brincava de casinha com umas panelinhas de mentira e uma bonequinha de pano que eu adorava e, que eu tenho na lembrança. Ainda hoje quando sinto cheiro da flor de manacá me recordo da casinha e da minha bonequinha de pano. Manacá tem para mim cheiro de saudade.



Colocando uma idéia em prática

Hoje resolvi tirar umas horas para me dedicar exclusivamente a aprender e criar um blog e parte do aprendizado de hoje é como adicionar fotos aos textos. E para comemorar este pontapé inicial nada como usar uma foto de uma comemoração muito especial para mim que foi a festa de primeiro aniversário de minha neta Sophia.


Um pouco de mim

A casa de Sabaúna que nasci, era relativamente grande.
A sala era ampla com móveis bonitos para a época, do tipo provençal de verniz escuro.
Lembro-me da mesa e também que em cima dela quase sempre estavam os dois violões, o de papai que era elétrico, e o outro pequeno no qual ele aprendera, estava sempre ali, numa sutíl disponibilidade na esperança de que aprendéssemos a tocar. Eu e minha irmã Lena até iniciamos a aprender, era muito interessante, quaquer hora era hora de exercício, era só passar na sala e, se o violão pequeno estivesse desocupado a gente praticava, papai ouvia de longe e vinha corrigir nossas falhas e fazia começar de novo até que tocássemos o exercício todo, como ele queria. Depois pegava o violão dele e nos ensinava a acompanhá-lo. Até hoje sei muito mal tocar uma valsinha que sua melodia sempre me emociona e me remete à aquela sala e a aqueles bons momentos.