sábado, 28 de janeiro de 2012

O Som Do Sininho

Minha mãe e o tio Zé Mello irmão dela , foram criados por uma madrinha de nome Escolástica, que pode dar aos dois boa educação em colégio de freiras onde, além de outras matérias como francês,minha mãe teve a oportunidade de aprender bordar, costurar, cozinhar, boas maneiras e, até teatro.
Essa madrinha da mamãe quando morreu, deixou a ela e a meu tio um sítio perto de Lagoa Nova onde meu tio morava e, onde nós passávamos nossas férias.
Como minha mãe também tinha parte nesse sítio, de vez em quando, em tempo de colheita meu tio mandava nosso primo Julinho à cavalo e com uma tropa de burros( lembro-me de que uma vez tinha cinco burros) todos eles com cestos de taquara nos lombos carregados de: milho para as galinhas que mamãe criava, milho de canjica e de pipoca, mandioca, batata doce, abóbora madura para fazer doce, rapadura,e litros com melado de cana moída no engenho, e que era feito em grandes tachos.Traziam também, várias sacas de feijão. Tudo isso era recebido com muita alegria.
Quando a tropa ainda vinha lá bem longe, a gente já sabia que ela estava chegando porque, todos os burros que vinham enfileirados atrás do cavalo que o Julinho vinha montado, traziam pendurado no pescoço um sininho que enquanto andavam faziam um som mais ou menos assim: belelém, belelém, belelém e, quando nós ouvíamos esse som íamos todos recepcioná-lo, e ele, descarregava um cesto enorme de jabuticabas graúdas e pretinhas com as quais,nós nos deliciávamos todos à volta da mesa.

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