sábado, 1 de dezembro de 2012

Minha Princezinha



Quando a Jú minha filha caçula, e o Anderson um rapaz bonito, inteligente, íntegro e batalhador que hoje tenho como filho, ficaram noivos e apaixonados, sentiram vontade de casar-se logo.
 Para facilitar esse começo de vida , e por sugestão de meu marido repartimos a casa e reformamos uma parte dela onde eles passaram a morar depois do casamento. Juliana, tendo sido desde menina minha companheirinha, fiquei feliz por não perder sua companhia, três anos depois ela me deu uma netinha, uma princezinha chamada Sophia, que é a alegria de todos nós.


Como eu já disse, o Andy é um batalhador e, como dizem: correu atrás, professor já lecionava, mas foi para fora do país estudar, e voltou com mais uma profissão que exerce também com competência, e  nestes últimos anos, trabalhou muito, simultaneamente em três empregos. A Jú também professora, dinâmica e determinada esteve lado a lado nessa batalha mas valeu a luta, já estão agora com a chave do tão sonhado apartamento que compraram.
Fico pensando, como vai ficar vazia esta casa sem eles e a Sophia minha princezinha, que está com dois anos e meio e a quem nos apegamos e, que nos alegra com sua dança, com sua alegria e vivacidade.
Outro dia, eu estava costurando  fechando um buraquinho em um tecido, e ela com aquela carinha linda me perguntou:
    -Vó, tem um furaco aí? (palavra nova inventada por ela, junção de furo com buraco)
Dias atrás, ela foi convidada a ser a daminha no casamento da Marina minha sobrinha, foi toda linda de branco como a princesa que é, mas na hora h não entrou, então eu lhe perguntei:
    -Sophia , por que você não entrou? e veio a resposta:
   Ah, eu não quiri vó.
Vou ficar com saudades também de ouví-la da minha cama, quando ela sai de manhã pelo corredor lateral  para ir à escola chamando os pais:
    -Vamos gente!
Deixe estar, vou confiscá-la pra mim de vez em quando.Vão com Deus meus queridos, nós os abençoamos. É claro que vamos sentir saudades, mas somos adultos e compreendemos que na vida  é preciso que cresçamos, e o crescimento de vocês é realização também para nós, é sensação de missão cumprida. Estamos felizes por vocês, sejam felizes também.


Acessem este link para ver um vídeo da Sophia na praia.
http://www.youtube.com/watch?v=ehPQtyimoLQ

sábado, 25 de agosto de 2012

Fazendo o que gosto

Não sou artesã, mas desde menina gosto de trabalhos manuais.
Aprendi cedo a fazer tricô, crochê, bordado,costura e agora estou gostando muito de artesanato. Ultimamente tem se dado um valor maior para o artesanato e também, por causa dos cuidados que devemos ter com o planeta a gente se volta para o reciclado.
                                                                
                       

Reciclar é  reusar, é o reaproveitamento de alguma coisa, é dar um novo destino para um produto que iria para o lixo e que levaria muito tempo para se decompor. Sempre que termino de usar um produto olho para a sua embalagem e penso:
   Com esta embalagem o que daria pra fazer? Às vezes a embalagem é bonita que até da pena de jogar fora e foi pensando assim, que comecei reciclar.
Sou frágil para um trabalho mais pesado (esses, faço um pouco por dia) me canso fácil, mas adoro um trabalho manual, sentadinha, usando a habilidade e a criatividade que Deus me deu.
Acato os bons ensinamentos sejam de revistas, da tv, ou do computador mas, quando vou executá-los procuro dar a eles o meu modo de cortar, a minha modelagem e o meu jeito e assim, distraio os meus sessenta e nove anos fazendo coisas que gosto. Fotografo mal, mas tirei  algumas fotos de coisas que fiz com o que iria para o lixo, como jornais (porta garrafa de vinho), caixas de leite (todos os vasos),  revistas (colares), latinhas de cerveja e refrigerante (brincos, colares e pulseiras), garrafa de champanhe ( decoupagem), garrafas pet ( o porta-guardanapo), tubos de papelão (os enfeites com um estilo meio que indiano), e também, o porta- guardanapo com motivo de natal, as flores fiz de papel crepom e então, mostro aqui no blog. Espero que gostem.
                       
                                                                     

                               

domingo, 29 de julho de 2012

O Aniversário

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Este ano, o Léo meu maridão completou oitenta anos de vida, ele nasceu dia oito de julho mas foi registrado no dia quinze então, nós este ano comemoramos duas vezes.
No dia oito, seus filhos e netos estiveram em casa e junto com meus filhos a data foi comemorada. Também vieram de Belo Horizonte a Marlene cunhada dele, e o sobrinho Luiggi para dar-lhe um abraço, o que para nós, foi uma grande alegria.
No dia catorze os filhos do Léo e eu combinamos, de fazer uma festa julina na casa do Ricardo filho dele e de surpresa comemoraríamos novamente o aniversário. Cada filho faria alguma coisa e  me coube levar a cangica, o arroz doce e bolo de milho e assim teve de tudo, torta de frango, cuscuz, hot-dog, pinhão, milho verde cozido, doce de abóbora, amendoim, quentão, vinho quente, caldinho de feijão .e de mandioca etc...
Enquanto as crianças brincavam  no jogo do peixinho e no boliche, nós adultos jogávamos bingo, tantos foram os prêmios que o ganhador recebia quatro ou cinco a cada vez.
                                                             
A noite até pareceu mais quente com a música alegre e a bonita fogueira que queimava lá fora.
A certa altura da festa, entrou o Ricardo filho do Léo, trazendo nas mãos o bolo de aniversário com a velinha de oitenta anos que foi acesa  e cantado o Parabéns a Você. Foi uma comemoração com direito a discurso do aniversariante agradecendo a todos.
A alegria do Léo era visível no seu largo sorriso por estar alí reunidos em uma festa surpresa os seus filhos e todos os meus também.
Pois é... oitenta anos não se faz todo dia.
Parabéns, Léo!                                    


sábado, 30 de junho de 2012

Trocando o nome

A comunicação fácil e a vivacidade, sempre estiveram presentes na vida dos meus três filhos. Eles aprenderam a falar bem cedo e sem dificuldades, tal fluência os tornava falantes e engraçados.
Mudou-se de perto de casa onde morava, uma sobrinha do meu ex-marido chamada Maria Eunice que o Marco meu primeiro filho não chegou a conhecer direito e mal sabia seu nome mas, um dia quando ele tinha três anos mais ou menos recebi em uma tarde a visita dela.
Quando arrumei a mesa para servir o café, coloquei as xícaras e coloquei também a caneca com a qual o Marco já estava acostumado e sabia bem usá-la com segurança mas, quando ele se sentou à mesa pegou uma xícara então, eu disse a ele:
Marco, a visita é que toma café na xícara, você vai tomar seu café na sua canequinha, o que ele aceitou prontamente mas, ao levar o café com leite à boca parou um pouco e disse assustadinho olhando para a Maria Eunice:
Tá quente visita!
Como era normal na família, esses ditos surpreendentes se tornavam  frequentes e, se alguém fosse tomar algo quente dizia logo:
Tá quente visita!

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Batendo Bola

Vocês se lembram do meu sobrinho Frederico de algumas postagens anteriores? O Doutor Frederico  Godoi Cintra? Esse mesmo , o mesmo que, onde quer que o encontremos está sempre elegantemente vestido , lindo, e perfumado e em horário de trabalho está sempre impecavelmente de branco? Pois é,
o que vou contar agora tem seu aval, embora seja o Fre uma pessoa bem resolvida, bem humorada,  que leva tudo numa boa, pedi o seu consentimento para não ferir suscetibilidades e longe de mim, neste blog ou fora dele, que deliberadamente eu venha magoar alguém pelo contrário, faço do blog um instrumento que homenageia, canaliza sentimentos de gratidão de carinho e de amor que sinto pelas pessoas.
Bem, o Fre, menino de uns seis anos, chegava da escola, e logo ia bater uma bola em um espaço destinado a ser uma praça que tem em frente a casa onde ele morava quando menino, ( a foto ao lado é meramente ilustrativa)  ele gostava tanto de futebol que passava a tarde alí brincando, começava a escurecer e nada do Fre entrar então, a Ivone minha irmã ía lá fora e o chamava:
    Fre, venha tomar banho!
    Depois mãe, depois, ele respondia.
    Dali a pouco voltava ela chamando:
    Fre, venha tomar banho!
    Já vou mãe, e nada.
Daí ela se irritava e ficava brava com ele então, ele entrava mas,  passando pela sala via o sofá e morto de cansado se jogava nele, e era inevitável, o sono o derrubava quase que imediatamente. Minha irmã sentava-se ao seu lado, e usava todo tipo de argumento para convencê-lo a ir para o chuveiro, um dia ela lhe disse:
    Fre, vai tomar banho, você vai dormir melhor, quando o corpo está limpo, dormir é muito mais gostoso porque o corpo desliza na cama , o corpo escorrega, ele então de olhos fechados lhe respondeu:
    Ah  mãe, eu não quero escorregar , eu quero dormir!!!

Mudou tanto heim, doutor? 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O Susto

Assim como é comum em toda cidade pequena, Sabaúna preservou seus hábitos e costumes que, aliados à fé e ao folclore foram se tornando tradição: as festas juninas com suas quermesses e quadrilha, os grandes bailes, o carnaval com seus blocos de rua, no mês de maio (o mês de Maria como era chamado), a procissão que levava a santa que ficava de um dia para outro na casa de cada morador visitado, a procissão da semana santa que tinha o barulho da matraca, das festas na igreja com apresentação de grupos de cavalhada e moçambique, a missa de ramos, a malhação do Judas, a missa do galo etc. Esses e outros eventos sempre fizeram parte do povo deste lugar tão aconchegante que nasci.
Descrevi tudo isso, para justificar um fato que quero contar:
Quando eu tinha  mais ou menos três ou quatro anos de idade, eu estava brincando no quintal de casa quando ouvi vozes de pessoas cantando na rua e, na curiosidade própria das crianças fui ver o que era, então, me deparei com um grupo de pessoas uniformizadas cantando e tocando instrumentos, menos um integrante do grupo que tinha uma roupa diferente: vestia um camisolão comprido até os pés, tinha uma espécie de coroa na cabeça,  na mão trazia um bastão de madeira com fitas nas pontas e, no rosto uma máscara muito feia feita de couro.
Quando percebi que aquela figura de aparência horrível e todo o grupo se dirigiam em minha direção, me assustei tanto que comecei a gritar e chorar, meu pai saiu correndo da oficina onde consertava relógio para me acudir e eu, de um salto pulei no pescoço dele gritando e custei a me acalmar.
Meu pai ficou tão sensibilizado com o meu susto que não sabia a quem dar atenção, se aos visitantes que homenageavam a família ou se a mim que ainda tremia em seu colo.
Lembro-me desse fato tão nitidamente como se isso tivesse ocorrido ontem.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O Chorinho


        Pelo fato de termos nascido em uma família onde meu pai e meus irmãos eram músicos, e onde a música se fez uma constante, nós crescemos gostando de música, até com uma certa sensibilidade musical embora, nenhuma de nós sejamos musicistas hoje mas, ficamos com nossos ouvidos treinados para sentir e reconhecer uma boa música, a ter ritmo e tom para ouvir e... "cantar".
Lembro-me de quando eu era menina ainda, meu pai recebia em casa a visita de uns amigos músicos, moradores de Sabaúna: Seu Pinheiro (trazia uma flauta transversal preta), era marido de dona Dulce e pai da Dulcíris que hoje mora no meu bairro, vinha também o pai do Ludovico, o Seu Gumercindo, que era o barbeiro da cidade, trazia o seu banjo, vinha o Seu António Alabarce, meu padrinho com seu violino, e o Moacir Triboni que já nessa época  tinha iniciado um namoro com minha irmã Cecília, trazia seu cavaquinho.
 Eram noites fantásticas onde se confundia a importância da amizade e da música.
Às vezes também, iam lá em casa pra nos visitar, os irmãos de meu pai, o tio Manoel, tio Zequinha, tio Armênio, tio Francisco e tio Esterlino. Todos sabiam tocar violão, mas, o tio Esterlino tocava também lindamente uma flauta transversal de prata esse tio era na época  maestro na banda de música de Guaratinguetá. Às vezes não vinham todos na mesma visita mas quando eles chegavam, meu pai convidava também seus amigos de Sabaúna para que viessem em casa à noite  com seus instrumentos.
Tia Rita e tia Julita, irmãs de meu pai também tocavam e cantavam, a tia Encarnação esposa do tio Zequinha cantava.
 Iam noite a dentro tocando chorinhos e valsas,músicas de qualidade, e todos guiados pela partitura, com uma música  melhor do que a outra.
Era a coisa mais linda! Foram noites inesquecíveis.                         

Minha mãe ficava servindo cafezinhos e mais cafezinhos, bolinhos de chuva em forma de rosquinhas que a gente ficava ajudando a enrolar, servia bolo, fazia pipoca,  fritava mandiopã etc.
Já tarde, íamos deitar por insistência de mamãe mas, ficávamos na cama acordadas por muito tempo ainda, ouvindo aquela música maravilhosa, até o sono nos vencer.