sábado, 3 de março de 2012

Meu Menino

Léo faz em julho oitenta anos, ele e eu somos pessoas simples, nossa casa é simples, o carro é simples, a vida, é simples. Simples, mas é boa.O Léo acorda primeiro que eu, faz o café e me traz na cama todo dia. Quando eu levanto cuido da casa e do almoço, à tarde se é dia de hidroginástica ( faço pela prefeitura, terceira idade)ele me leva e me espera, fazemos os serviços de banco, compras, tudo de carro, voltamos e ele vai jogar bilhar que sabe e, gosta muito.
À noite cada um em seu computador,enquanto eu escrevo meu blog ( marcafato.blogspot.com) ele joga baralho, quando não escrevo, jogamos dominó, os dois um contra o outro também pelo computador.
Dirigir é uma das coisas que o Léo mais gosta de fazer na vida. Léo foi como policial e funcionário público, motorista de confiança do governador Ademar de Barros e, quando o primeiro fusca saiu da fabricação e foi mandado de presente para o governador, ele teve o privilégio de ser o primeiro a dirigi-lo no Brasil.
Voltando à simplicidade de nossas vidas, o carro do Léo é um Gol velho ano de 1985, já isento do IPVA mas, que ele tem verdadeira paixão, cuida dele como se fosse um filho até o chama de : Meu Menino.
Um dia , no ano de 2006 fomos ao centro da cidade em uma farmácia e, quando voltamos, cadê o carro? Tinha sido roubado. Sensação horrível.Voltamos até a avenida dos bancos, ia passando uma viatura policial comunicamos o ocorrido, o policial pediu os documentos para fazer a notificação e disse:
   Ah, o senhor também é policial?
   Fique tranquilo, nós vamos encontrar seu carro.
Os dias foram se passando e as esperanças diminuindo.
Uma madrugada o telefone tocou, era a polícia dizendo que podíamos comparecer lá que o carro tinha sido encontrado. Decepção, o carro que era verde estava todo lixado e soubemos que seria pintado de marrom no dia seguinte pra ninguém mais encontrá-lo.O carro voltou carcassa, e peças soltas, tinha sido todo desmanchado.
Em frente a minha casa tinha um estacionamento que estava desativado, o Léo emprestou do dono o espaço e, por um mes a fio trabalhou montando o carro peça por peça sozinho. Pronto o carro, mandou pintá-lo o que fez renová-lo. Não deixou de ser velho mas, ficou ótimo, com uma aparência de novo.
Desde então, já fomos umas quinze vezes para Minas Gerais, já fomos ao Rio de Janeiro, à Bahia, ao Paraná, ao Paraguai, à Argentina, à Goiás, ao Espírito Santo, à Santa Catarina e se Deus nos der vida e saúde, iremos a muitos outros lugares ainda.



3 comentários:

  1. Ana,

    Parabéns ao Leo. Que capricho e competência para cuidar e restaurar o Meu Menino.

    Um beijo

    Lucia Regina

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  2. Que Deus dê muita saúde para vcs continuarem viajando por muito tempo. Tomara que o Frê seja animado assim como o Léo para viajarmos muito quando tivermos mais tempo! E se levar o café na cama... humm melhor ainda! Virei fã do Léo! Parabéns!

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  3. D.Ana.
    Não costumo ligar meu computador todos os dias, mas quando isso acontece, já faz parte de minha rotina acessar o “marcafato.blogspot.com” e, como se fizesse parte da família, vibro com cada passagem. Nem por isso, faço comentários freqüentes, por não ser o caso. Desta vez é diferente. Necessito me expressar, porquanto além de amigo, também sou vizinho de vocês e testemunha ocular sobre o assunto tão bem abordado sob o título “Meu Menino”. Ratifico, pois, tudo o que foi dito e, se me permite, acrescento: Assim como para o Léo “Meu Menino” se refere ao Gol/85, não seria nenhuma inverdade dizermos que para a D.Ana, “Meu Menino”, se refere ao Léo.
    Saúde e Paz
    Edmir.

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